Pelo Direito de Não Resistir
Todos já sentimos aquela força interior que nos impele rumo aos nossos sonhos e uma outra força, que nos imobiliza, que nos torna escravos, uma Resistência que teima em permanecer em nós.

Uma Resistência que nos faz permanecer em situações que nos trazem sofrimento, ignorando todos os gritos mudos do nosso corpo e indo até ao limite do absurdo, para nos agarrarmos a algo que muitas vezes nem sabemos definir muito bem, o porquê.
Há um medo entranhado em nós que nos paralisa, principalmente no que toca a grandes decisões, entre as quais, a nossa vida profissional.
Resistir a um emprego ou uma profissão, de que não se gosta está muito assente no medo do desconhecido. Romper com esse medo é diretamente proporcional ao sofrimento vivido diariamente pela pessoa no desenvolvimento da sua atividade profissional, esta equação, dará a essa mesma pessoa, a força motriz para a mudança, ou não.
A identidade cultural também tem influência nesta Resistência. Observemos o povo latino português: as expressões “vai-se andando” e o “tem de ser” são sobejamente utilizadas. O ansiar pelo fim-de-semana, e sentir em cada domingo à noite, a ansiedade e a melancolia da segunda-feira que está a chegar, para começar tudo outra vez, está de certa forma imbuída na nossa forma de estar, e é tida como normal. Mas será mesmo? Também nos está “no sangue” este arrastar, esta tristeza latente que o nosso Fado expressa tão bem. Repetimos os padrões de gerações anteriores. Nunca nos questionamos se a vida profissional que, para a esmagadora maioria de nós, ocupa a maior parte do dia, tem de estar associada a sofrimento. Resistimos e vamos “andando”, às vezes já meio atordoados, numa espécie de anestesia padronizada e entranhada, auto administrada.
E neste processo de Resistir muitas vezes somos forçados a paragens intermitentes e outras, definitivas. A mente por vezes cede a essa Resistência e o corpo, que tudo somatiza, um dia, finalmente, tem voz.
Não, não é nada fácil conciliarmos os nossos sonhos com a preocupação diária e real, a que damos o nome de sobrevivência, quer queiramos quer não, o dinheiro faz falta. Mas estamos agarrados à ideia de que para sobrevivermos, devemos dedicar todo o nosso tempo e a nossa energia a tarefas árduas e desagradáveis e assim continuamos a Resistir. Não tem de ser assim, é imprescindível que revisitemos estas crenças que nos limitam e condenam muitas vidas a apenas um vislumbre do que poderiam ser.
A Resistência não se centra apenas na questão: mudar ou não mudar de emprego ou de profissão . Antes de uma eventual ruptura deverão ser analisados outros fatores nomeadamente: se as nossas competências profissionais estão de acordo com aquilo que desejamos obter na nossa profissão ou no nosso emprego; observar a forma como comunicamos as nossas ideias e projetos, e aferir, se é coerente com a “linguagem” utilizada pelo nosso chefe e com todo o ambiente profissional. Por outro lado, também é muito importante averiguarmos se as nossas constantes queixas dos colegas e das chefias não são também apenas outras formas de Resistência. Qual é o nosso grau de Resistência, quando se trata de fazermos esta auto analise?
Autoconfiança, foco e estratégia são a base para qualquer mudança. Quem está infeliz com o seu emprego ou com a sua profissão, e não ousar fazer diferente, continuará a colher exatamente o mesmo. A falta de auto conhecimento, autoconfiança e de auto motivação, a par do medo, colocam-nos à mercê da Resistência. É incrível como desistimos dos nossos sonhos por medo. Medo de falhar, medo de cair pelo caminho, medo da não aprovação por parte dos outros, medo de não termos apoio, medo de trocar o conhecido pelo desconhecido. Convencemo-nos até, que Resistimos, não por medo, mas porque acreditamos que não temos outra hipótese. Pode não parecer à primeira vista, mas realizar o sonho de fazer o que nos apaixona, envolve muitos tijolos e cimento. E o caminho é tortuoso cheio de curvas duvidosas, subidas difíceis e descidas repentinas. Um caminho que põe à prova a fibra de que somos feitos e que exige de nós toda a nossa força, foco e resiliência, para sermos bem sucedidos. Sortudos são os que se apercebem que um caminho é isto mesmo, e não uma auto-estrada de asfalto acabada de construir!
Não deveríamos ter todos nós, a responsabilidade de procurarmos ser melhores em todos os sentidos, de nos superarmos diariamente? Lapidar-nos na alegria e no prazer, na dor e na frustação? De entendermos que tudo é impermanente e que não controlamos quase nada? É a nossa bússola interior que indica o caminho para a nossa felicidade. A felicidade que nos faz sentido, a de cada um, não padronizada ou direccionada. Combater a Resistência a essa Felicidade, é imprescindível e vale todas as nossas tentativas. Desistir não é de todo, uma opção.
Imagina! Eu imagino-os também, os que chegaram aos dias do fim. Esfomeados de vida, arrependidos, por nem sequer terem tentado.
Sofia Pérez
Coach Holistico e Hipnoterapia Transpessoal
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