Do prazer

21/7
Muitas vezes ao negardes a vós mesmos o prazer, estais a ocultar o desejo nos recônditos do vosso ser.
Quem sabe se o que parece ser omitido hoje espera por amanhã?
Até o vosso corpo conhece a sua herança e as suas necessidades e não sairá desiludido.
E o vosso corpo é a harpa da vossa alma,
E é a vós que compete extrair dela uma doce melodia
Ou sons confusos.
E no vosso coração, perguntais: «Como distinguiremos o que é bom no prazer do que não é?»
Ide para os vossos campos e jardins e aprendereis que o prazer da abelha consiste em retirar o mel da flor.
Mas também a flor tem prazer em dar o mel à abelha.
Pois para a abelha a flor é uma fonte de vida.
E para a flor a abelha é a mensageira de amor.
E, para ambas, abelha e flor, o dar e o receber prazer é uma necessidade e um êxtase.
Pág.123 - In O Profeta e A Arte da Paz de Kahlil Gibran, Sinais de Fogo